sábado, 15 de fevereiro de 2014

HOMOSSEXUALIDADE: A relação de Pais em sofrimento & Filhos fragilizados



Descobrir que um filho(a) é homossexual geralmente desencadeia um processo de sofrimento emocional, como: tristeza, frustração, desespero, culpa, confusão, desconfiança, medo, angústia, vergonha, solidão, desamparo, raiva, desilusão, sensação de traição entre outros. Os pais sentem o filho(a) como um “estranho no ninho”. Inicialmente esse desfecho pode acontecer de forma trágica e aceitação quase sempre lenta e envolta a dificuldades. Parte disso se dá pelas idealizações e desejos que pais têm para filhos e que “cai por terra” com a descoberta da homossexualidade. Pensamentos do tipo: “não terei um genro ou nora”, “não terei neto(a)”, “meu filho(a) sofrerá repressões sociais”, “vão dizer que foi minha culpa”, “o que aconteceu pra ele(a) ser assim” etc. 
Evidentemente que alguns pais aceitam com mais tranquilidade e sem tantos conflitos a realidade do filho(a), no entanto, estes são minoria. Para o(a) adolescente homossexual, além de viver a complexa descoberta de si e posteriormente a auto-aceitação, ainda tem de enfrentar a desilusão dos pais, aguardando o apoio e compreensão destes. Todo o desenrolar gera no adolescente sentimentos de vulnerabilidade, sendo o pior destes o desamparo e crítica familiar. Entretanto, pode também surgir à dúvida em vivenciar ou não a homossexualidade, o que implica em anular-se, caso a decisão seja não. 
Para esse adolescente conseguir suportar a difícil jornada de lutar frente um mundo preconceituoso e estereotipado, necessitará de muito amor, amparo e aceitação dos pais. É importante ressaltar que na relação entre pais e filhos que vivenciam tal complexidade, o conhecimento, o diálogo, a desmistificação de mitos e crenças em torno do assunto contribuirá significativamente para reaproximação e dissolução do sofrimento destes. 
A homossexualidade, assim como a heterossexualidade, não é uma opção e sim uma CONDIÇÃO. Não se escolhe ser homossexual, o indivíduo simplesmente é de maneira natural e inerente a sua constituição. Não está relacionado com desvio de conduta ou caráter, nem mesmo com doença física ou emocional, muito menos por influências de alguém ou algo, nem tão pouco por traumas ou abusos. As dificuldades que estes enfrentam, em sua maioria, não estão ligadas ao desamor, nem à falta de vontade de se aceitarem. 
Mas, muito mais por não saberem como tornarem-se visíveis e respeitados no mundo padronizado para os heterossexuais. A aceitação por parte dos pais dá acesso, ao filho homossexual, à estrutura da família, que se transforma num espaço acolhedor.
O psicólogo pode auxiliar o adolescente e seu familiar rumo à aceitação, possibilitando a compreensão da diversidade humana e repensando o pré-conceito e a moral imposta pela sociedade. Enfrentar a problemática ajuda a diluir o sofrimento e isto é necessário, entretanto, com o auxílio do Psicólogo este processo pode acontecer de maneira menos invasiva ao psiquismo humano.


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