sábado, 15 de fevereiro de 2014

PSICOTERAPIA SEXUAL



Muitos problemas sexuais podem ser de ordem simples e com relação direta ao estresse e ansiedade.  Fatores psicológicos são visto como pano de fundo, tendo relação com o estilo de vida e crenças. Os problemas sexuais podem ser de ordem física (orgânicos) e/ou emocionais (psíquicos). De certa forma estas causas se somam. Tomar conhecimento da ordem do problema e de suma importância, pois é parte importante para descobrir a linda de tratamento. Aqui não esta em discussão os problemas sexuais de causa orgânica, pois estes necessitam de acompanhamento médico e talvez medicamentoso. As problemáticas de ordem sexual podem modificar o desejo e a resposta sexual, interferindo diretamente na vida cotidiana do paciente. No entanto, atualmente o seu contexto é ampliado e elas são entendidas como representações de influências culturais e emocionais. Os sintomas não podem ser tratados de forma isolada, e neste contexto a Psicoterapia sexual tem como objetivos minimizar a ansiedade existente, desmistificar falsas crenças a cerca do assunto, e trabalhar aspectos psicológicos que impede o completo funcionamento corporal. O processo pode estar baseado numa terapia individual, de casal, ou o conjunto dos dois processos, vai depender da demanda do paciente. Na primeira sessão terapêutica, com a anamnese é apontado alguns mitos em relação ao tratamento e o procedimento em si.  É nesse momento que são elaborados os objetivos de intervenção, aos quais muitos respondem de maneira rápida e favorável, evidenciando o abandono de certos impedimentos ao funcionamento sexual normal e prazeroso. Com o caminhar do processo, espera-se que o paciente possa desvendar respostas sexuais em si ou no (a) parceiro (a), nunca antes percebidas. É indispensável que em alguns momentos o companheiro (a) seja incluído no tratamento, uma vez que a problemática o atinge em maior ou menor grau. O intuito da Psicoterapia é objetivar e criar condições para ampliar o autoconhecimento e possibilitar o prazer e satisfação do paciente, facilitando a comunicação, mediando o conhecimento sobre o funcionamento da relação a dois e construindo o aprendizado em torno do seu sintoma. Assim, é na psicoterapia que se revê falsos conceitos, mitos e crenças, se fornece orientação possibilitando novas perspectivas de entendimentos. Para as problemáticas sexuais de cunho emocional não se usa medicação, o grande aliado pode ser o psicoterapeuta sexual, e este pode traças as estratégias devidas e sugerir exercícios e práticas para o paciente realizar em casa, a fim de estimular e trazer a tona a satisfação. Pode ser muito difícil para o paciente reconhecer que precisa de ajuda, no entanto, procurar um profissional qualificado é o primeiro grande passo rumo à satisfação sexual, não há razão para suportar as dificuldades sem apoio, “A saúde sexual, além de ser um direito, é considerada como um elemento importante para o bem estar pessoal. Preconceitos e vergonhas fazem parte do (não) reconhecimento da existência de problemas na esfera sexual”. (OMS). O Psicólogo pode também auxiliar junto às pacientes com problemas orgânicos, pois nestes casos também pode-se encontrar problemas emocionais relacionados ao fato. O trabalho em conjunto entre Psicólogo e médico objetivando o tratamento e a recuperação da autoestima, resulta em uma intervenção muito eficaz. 


FETICHES: Do Saudável ao Patológico



De uma maneira geral, percebe-se na realidade que o individuo "normal" tem fetiches em seus relacionamentos sexuais. No entanto, esse comportamento que pode ser saudável, torna-se patológico quando a pessoa não consegue obter prazer sexual sem a presença do seu fetiche, ou seja, o indivíduo precisa exclusivamente do seu objeto de fetiches para obter prazer, desconsiderando a presença da pessoa com quem se relaciona. Nesse caso a brincadeira que poderia ser gostosa, pode se tornar o terror na relação. Quando o fetiche apresenta uma obsessão, transformando-se em uma neurose, o indivíduo poderá complicar sua vida sexual vindo a ter resultados problemáticos. Desta configuração, apresenta-se a disfunção sexual que recebe o nome de Parafilia. O fetiche desperta o imaginário mais primitivo para levar à sensação de sentir e proporcionar prazer, é uma prática saudável quando esta eleva os níveis de prazer entre o casal, sem que os parceiros se sintam prejudicados ou lesados. Na dosagem certa, o fetiche pode tornar-se um tônico nos relacionamentos amorosos, completando algo que falta, estimulando as fantasias eróticas a dois. É muito comum homens se excitarem frente a mulheres vestidas com algum tipo específico de roupa, como: lingeries, peças em couro, biquínis, etc. Mulheres que adoram homens vestindo cuecas de seda, de barba, óculos ou homens que se sentem excitados ao ver a mulher vestida de professora ou enfermeira fazem parte dos fetiches de fantasia sexual. Outra categoria saudável de fetiche erótico está relacionada com a prática sexual em lugares incomuns e exóticos, como uma praia deserta, no meio do mato, lugares públicos, etc. Existe também, o fetiche por partes do corpo como pés, mãos, boca, etc. Cada um tem sua preferência pessoal e quando usados de forma controlada, os fetiches são elementos poderosos para tornar o sexo ainda mais apimentado. É considerado normal desde que estes objetos não substituam a cópula (que não sejam considerados mais importantes que a outra pessoa), mas sirvam apenas para aumentar o interesse sexual. Porém há outra condição que caracteriza o fetiche saudável: a concordância dos envolvidos. O fetichista não pode impor ao outro seus desejos: Tudo é permitido se as pessoas concordam entre si. Serve-se para desencadear a relação sexual e aumentar o prazer, o fetiche é um elemento maravilhoso. O Fetichista não necessita da presença da outra pessoa para completar seu prazer sexual e este pode vir acompanhado de outras anomalias ou desvios sexuais tais como: Sado-Masoquismo, voyerismo, Podofilia, etc. E outros que são considerados crimes como: Pedofilia, Necrofilia, Zoofilia, etc. O preconceito com o assunto, que ainda existe, é responsável por inibir o potencial fetichista de muita gente, ficando estes muitas vezes em segredo. De um modo geral, as pessoas estão liberando mais e mais os seus desejos, vivenciando com mais freqüência seus fetiches e fantasias. É um componente completamente presente nos relacionamentos atuais, porque o que antes era considerado transgressão, como a mulher usar um lingerie muito excitante, hoje é aceito com naturalidade. Os casais atualmente têm mais clareza e consciência sobre a importância de buscar cada vez mais o prazer e, para isso, sabem que tem de sair do lugar-comum.O Psicólogo pode adentrar nesse universo sexual a fim de compreender, auxiliar e reorientar o que for necessário para aquele que sofre. Pensando em fetiches saudáveis, pode-se, caso o indivíduo não consiga se realizar, motivá-lo a experienciar seus desejos mais íntimos de maneira cada vez mais agradável. No entanto, nos fetichistas obsessivos/patológico, o Psicólogo deve evidenciar as mudanças de atitudes e comportamento, buscando estratégias para canalizar essas energias pulsionais negativas em objetos de prazer saudável. Vale ressaltar que não é tão simplista quanto parece, o trabalho demanda tempo e comprometimento do fetichista no processo terapêutico e o preparo do profissional quanto ao assunto é fundamental.

Desejos e Sexo na Terceira Idade



A sexualidade do indivíduo é exclusiva, cada um pode amadurecer o seu próprio erotismo independente de um parceiro ou parceira. Pode até dividir, compartilhar suas sensações, mas percebendo sempre que a vida sexual é responsabilidade própria, permeada pelos seus conceitos e tabus. É muito comum, casais culpando seus cônjuges por suas falhas sexuais, insatisfações e frustrações. 
Causas freqüentes de problemas sexuais são de ordem advinda da falta de educação e orientação sexual ao adolescente e adulto jovem, também a presença constante de repressões ao erotismo individual. O indivíduo tende a se esconder de sua sexualidade. Algumas dicas importantes: Não se acomode em um sexo rotineiro, busque em suas lembranças o que fazia seu parceiro feliz, acaricie o corpo de seu parceiro, use a criatividade e deixe suas fantasias se exteriorizarem, dê tempo a você para rever as razões de excluir uma vida sexual prazerosa de sua vida. 
Muitos idosos, por serem de uma geração em que sexo era tabu possuem muitas interferências da cultura, com questões morais, sociais, religiosas e legais. O assunto geralmente não é discutido depois de certa idade e os problemas com a saúde são relacionados quase sempre exclusivamente ao envelhecimento e doenças decorrentes. O idoso sente-se discriminado e envergonhado por exporem sua intimidade sexual ativa e, talvez em decorrência desse tabu, não falam, não lidam bem com a questão da sexualidade. 
A atividade sexual ajuda a manter os órgãos sexuais saudáveis e não há nada de errado ou de vergonhoso em manter uma freqüência alta de relações sexuais nesta idade, se for do desejo destes.  O que em geral ocorre é que as necessidades vão se alterando com o passar dos anos: durante a vida adulta, várias relações sexuais podem ser necessárias para alguém se satisfazer, enquanto que, para o idoso, o mesmo grau de satisfação pode ser alcançado com menor número de relações sexuais. Também podem ocorrer impedimentos (físicos e emocionais), próprios de qualquer idade para liberação do desejo sexual, os quais merecem investigação e tratamento por especialista. 
O homem tem a ejaculação durante toda a vida, mas com o avanço da idade há diminuição na quantidade de esperma expelido e esse jato ejaculatório torna-se menos intenso do que foi em idades anteriores, isto não significa diminuição de prazer. Nas mulheres, as alterações hormonais comuns ao climatério e à menopausa são significativas, podendo gerar dificuldades sexuais, havendo menor lubrificação vaginal, por exemplo, pode ocorrer dificuldade em atingir o orgasmo, no entanto, com tratamento médico adequado e maior atenção às preliminares e à qualidade das carícias, a idosa não deixa de ter interesse e prazer sexual, apenas deixa de ser fértil.  
È importante cultivarmos o tão falado e pouco refletido "envelhecer com qualidade", que inclui: cuidar de fatores prejudiciais à saúde geral; perceber as mudanças do organismo e da mente como algo natural e esperado; procurar ajuda do parceiro e/ou de especialista para o merecido exercício (saudável e prazeroso) da sexualidade na 3ª idade. A psicoterapia pode ajudar resgatando através dos recursos internos, a perspectiva de uma valorização pessoal, desta forma “abrindo portas” para que a autoconfiança torne-se evidente e então o idoso se sinta capaz e merecedor de gozar do direito de ser feliz e ter uma vida sexual plena.

Motivação Sexual na Relação Conjugal



Para o desejo acontecer na relação sexual é necessária a manifestação de impulsos sexuais, que se caracterizam por sensações genitais, pela sensibilidade erótica aumentada, por exarcebação de fantasias sexuais e pelo comportamento sexual mais evidente, assim tem-se a preparação para o ato sexual entre os parceiros. Considerando a exclusão de fatores orgânicos, o desinteresse ou desmotivação sexual muitas vezes tem como causa os fatores psicológicos e/ou sociais, neste caso uma das mais freqüentes vilãs é a monotonia conjugal, no entanto, a falta de diálogo, a educação repressora, a resistência em inovar, as dificuldades do cotidiano, entre outras também acabam minando o relacionamento do casal. 
Quando falta estímulo necessário para a iniciativa sexual a um dos parceiros é porque normalmente o outro não está correspondendo a alguns requisitos importantes, podendo ser: higiene, carinho, compreensão, segurança, atenção, respeito, entre outros. Bem como, na existência de sentimentos negativos como: raiva, mágoa, decepção, incompreensão, desconfiança, comumente perde-se o desejo sexual, tendo desta forma as dificuldades de motivar-se para o sexo. 
De modo geral, na mulher predomina a sensualidade sublime e no homem a sensualidade erótica como maneira de ter motivação para o sexo. O desejo sexual da mulher pode ser aguçado pela manhã, com demonstração de carinho e gradativamente sendo aumentado no decorrer do dia, propiciando fantasias para obter a excitação e desejo. Os investimentos ao longo do dia podem ser através de bilhetinhos, mensagens, ligações, presentes, surpresas etc., para então finalizar o desejo na cama ao fim do dia (se o casal conseguir esperar até lá). 
O desejo sexual masculino se estimula mais pelos órgãos do sentido do que pelos sentimentos e essa diferenciação pode dificultar a harmonia do casal se ambos não souberem lidar com tais questões. É importante compreendermos que diante de certas emoções negativas, a libido fica prejudicada por comprometimentos psiconeurológicos do hipotálamo e sistema límbico. Então, pensando em estímulos sexuais e com o propósito de eliminar a desmotivação, é muito importante excitar o parceiro buscando situações e momentos agradáveis, realizando investimentos próprios de cada gênero. 
Assim, no homem, a mulher precisa ativar os sentidos e, na mulher, o homem precisa levar em conta os sentimentos, para consequentemente, ambos terem no sexo a resposta tão desejada. A avaliação íntima e positiva sobre o desempenho do parceiro após o sexo, pode também servir como estímulo sexual. Para que um casal continue a ter Motivação Sexual recíproca é preciso que suas identidades sexuais não sejam conflitantes. 
Em muitos casos, a psicoterapia torna-se uma grande aliada do casal, se estes acreditarem que há sentimento mútuo e disposição de ambos para investir em um processo de “re-conquista” e “re-adaptação”. O investimento dos parceiros não pode cessar jamais, pois, assim como no amor, o sexo precisa ser alimentado dia após dia.

HOMOSSEXUALIDADE: A relação de Pais em sofrimento & Filhos fragilizados



Descobrir que um filho(a) é homossexual geralmente desencadeia um processo de sofrimento emocional, como: tristeza, frustração, desespero, culpa, confusão, desconfiança, medo, angústia, vergonha, solidão, desamparo, raiva, desilusão, sensação de traição entre outros. Os pais sentem o filho(a) como um “estranho no ninho”. Inicialmente esse desfecho pode acontecer de forma trágica e aceitação quase sempre lenta e envolta a dificuldades. Parte disso se dá pelas idealizações e desejos que pais têm para filhos e que “cai por terra” com a descoberta da homossexualidade. Pensamentos do tipo: “não terei um genro ou nora”, “não terei neto(a)”, “meu filho(a) sofrerá repressões sociais”, “vão dizer que foi minha culpa”, “o que aconteceu pra ele(a) ser assim” etc. 
Evidentemente que alguns pais aceitam com mais tranquilidade e sem tantos conflitos a realidade do filho(a), no entanto, estes são minoria. Para o(a) adolescente homossexual, além de viver a complexa descoberta de si e posteriormente a auto-aceitação, ainda tem de enfrentar a desilusão dos pais, aguardando o apoio e compreensão destes. Todo o desenrolar gera no adolescente sentimentos de vulnerabilidade, sendo o pior destes o desamparo e crítica familiar. Entretanto, pode também surgir à dúvida em vivenciar ou não a homossexualidade, o que implica em anular-se, caso a decisão seja não. 
Para esse adolescente conseguir suportar a difícil jornada de lutar frente um mundo preconceituoso e estereotipado, necessitará de muito amor, amparo e aceitação dos pais. É importante ressaltar que na relação entre pais e filhos que vivenciam tal complexidade, o conhecimento, o diálogo, a desmistificação de mitos e crenças em torno do assunto contribuirá significativamente para reaproximação e dissolução do sofrimento destes. 
A homossexualidade, assim como a heterossexualidade, não é uma opção e sim uma CONDIÇÃO. Não se escolhe ser homossexual, o indivíduo simplesmente é de maneira natural e inerente a sua constituição. Não está relacionado com desvio de conduta ou caráter, nem mesmo com doença física ou emocional, muito menos por influências de alguém ou algo, nem tão pouco por traumas ou abusos. As dificuldades que estes enfrentam, em sua maioria, não estão ligadas ao desamor, nem à falta de vontade de se aceitarem. 
Mas, muito mais por não saberem como tornarem-se visíveis e respeitados no mundo padronizado para os heterossexuais. A aceitação por parte dos pais dá acesso, ao filho homossexual, à estrutura da família, que se transforma num espaço acolhedor.
O psicólogo pode auxiliar o adolescente e seu familiar rumo à aceitação, possibilitando a compreensão da diversidade humana e repensando o pré-conceito e a moral imposta pela sociedade. Enfrentar a problemática ajuda a diluir o sofrimento e isto é necessário, entretanto, com o auxílio do Psicólogo este processo pode acontecer de maneira menos invasiva ao psiquismo humano.


RELAÇÕES AFETIVAS